a minha intenção
a minha intenção e tudo o que eu utilizo para servi-la e efectivá-la será interpretado como tal? ou será que a técnica que ando a usar não é a mais adequada? terás andado a interpretar convinientemente, para mim, aquilo que te tenho vindo a demonstrar? não me atires a lógica e a razão à cara. não me sirvo desses meios para chegar ao teu fim, quando o que pretendo é satisfazer a alma do que sinto. não se define, não me podes pedir explicações. é feio que me peças explicações por aquilo que te dou de vontade própria. nunca mais te devia dar nada! não mereces... mas eu não escolho. sim, eu tenho conhecimento do teu egoísmo, do teu hedonismo, do teu masoquismo e da tua solidão. do teu medo de dar e receber. principalmente do teu receber sem certamente poderes dar. mas não devias afiligir-te tanto. nem ansiar esses problema. podias aceitar sem o compromisso de dar. sem relativamente te esqueceres de que estou aqui. não intenciono cobrar descaradamente. intenciono extasiar ao teu lado. melhor, já nem isso intenciono, porque tal acontece inconscientemente. mesmo sem corpo presente. o meu radar sensorial denuncia a respiração de cada um dos teus poros, que consequentemente activa a respiração acelerada de cada um dos meus. olhos vulgares, de um castanho vulgar, pele morena, o tal cheiro. que insignificante tu és no meio de tantos outros. esses outros negligenciam-te. eu não. dá-me pena a tua tentativa de auto-mediocridade. porque é exterior a ti. forças interiorizá-la e gabas-te disso. e aí surge aquela ar, aquela pose, aquela fita, a tua atitude. que rídiculo tu és... que apetecível me pareces à líbido que dor me provocas aos olhos. é incrível como desorganizas todo o meu sistema sanguíneo. eriças-me o arterial e o venoso respectivamente. fazes-me perder capacidades que pensava já adquiridas e de certo modo cimentadas na minha vacilante personalidade. fizeste-me acreditar na incerteza, na possibilidade da incerteza do que digo sentir. já não o digo mais. limito-me a sentir por comodismo. as adversidades que daí resultam fazem parte do meu objectivo. tornam-no desejável, cada vez mais. apetece-me ver, ouvir, saborear, cheirar, tocar. tocar, tactear, agarrar, sentir através dos dedos. a tua matéria corporal a passear sobre toda a minha superfície epitelial. já te deste conta dos tecidos internos e externos que nos formam? a quantidade de pequenas fibras sequencialmente esquematizadas... poderiamos fundi-las, se tu assim o quisesses. isto é o modo como eu existo. deixo de existir se esquecer uma única fibra que me compõe. penso que não será se saudável se te esqueceres de alguma das tuas. posso dizer que conheço algumas, mas todas são importantes. as exteriores estão organizadas de maneira bela. de forma tão profundamente bela ao meu olhar, que me arrisco a dizer que és a minha beleza. és a beleza dos meus olhos. quase que lhes agradeço por te verem assim. por te verem assim tão bonito sem, talvez, efectivamente o seres. é feio mentir. gostava que percebesses o quão o meu despreso é fingido. o quão forço a ignorância que te presto ocasionalmente, quando te vejo. e o quão extrapolo os sentimentos quando te intersecto embriagada ou alterada por qualquer outra coisa. a verdade é que todos os dias a verdade muda. intocavelmente. mas esta é, por hora, a minha verdade. cabe-me a mim vendê-la pelo melhor. fazer-te crer nela. mas tu pareces-lhe imune. indiferente diria. o teu egoísmo fala por ti.
egoísta, eu? nunca , se o nunca for um sempre que sempre o será.
egoísta, eu? nunca , se o nunca for um sempre que sempre o será.
2 Comments:
e onde fica a tua vontade e sentimentos obscuros no meio desse teu mundo "com intenção"?
muito difícil de definir um "lugar" para a intenção a que me refiro, acredita..
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