na artéria

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Location: portalegre/covilhã, alentejo/beira interior, Portugal

um pouco disto, um pouco daquilo..acolá.

Monday, August 29, 2005

Grande parte de nós teme-se bastante. O suficiente para se enterrar, para se cegar. Eu também me sinto cega. Eu também procuro alguma coisa que me abra os olhos, os sentidos, algo que faça apreciar. Por isso tento o quase extremo. Porque até o verdadeiro extremo temo. O extremo amor, a extrema dor, a extrema satisfação, a extrema perdição. Há algo que me agonia e que ao longo de tantos anos tento definir. O meu extremo "inimigo". Não me deixa repousar, não me deixa dormir, não me deixa ser, estar.
Há uns tempos pensei se o melhor não seria morrer de mente virgem... Quanto mais sabemos, quanto mais aprofundamos, mais ambicionamos, mais nos desiludimos. E é uma sede constante que nem toda a água do mundo pode assassinar. Porque não se trata de uma sede física. É mental, sensorial, emocional. O ponto a que procuro chegar é onde se funde o desejo e a vontade, seja esta última de conhecer, descobrir, experimentar, ou de amar, sentir, extasiar...
E talvez agora me arrependa de ter alimentado aquele sugador que descobri em tenra idade.
Tão mais feliz que eu era com a minha ingénua meninice. Tornei-me numa tentativa de acção pura, e natural, numa sociedade que assim já não o aceita. Libertar-me das minhas ideias pré-concebidas (odeio admitir que tenho preconceitos) e fazer aquilo que julgo realmente me apetecer. Como fazem as crianças, justamente. Mas as crianças já não me rodeiam. Eu já não sou criança e ninguém me perguntou se estava preparada para crescer. Nestes moldes.
Agora o que quero é embebedar a alma e esperar que a tal criança me chame pa brincar...