álcool, tabaco, directas e radiohead

um dia destes acordo e dou comigo plasmolisada, completamente. sinto-me a perder líquidos internos necessários à minha sobrevivência. já nem devo produzir linfa.
há determinados hábitos que tenho simplesmente de excluir da minha rotina (que medo me mete esta palavra..).
atasco-me de álcool, tabaco, directas e radiohead. é mau, mas é bom. perdoa-se o mal que faz pelo bem que sabe..

odeiam-se
ou amam-se?
o doce e o amargo.
o amargo e o doce.
divergem
e convergem.
trocam-se
e confundem-se.

as palavras parecem abusadas de mim e por mim. mas entristece-me saber que não chegam a ser sentidas como abuso. talvez porque se destinam a quem não ousa abusar lê-las, a quem não intenciona abusivamente ingeri-las. para quem a digestão abusiva das palavras abusadas não é imprescindível.

um dia vou sonhar
um dia vou sonhando
um dia vou sonhar e perceber que estou acordada

e isso vai ser muito bom para mim.

sim, como eu gostaria de me forçar.
como eu gostava de velar, com alegria,
o pedaço de mim que sente.
como eu gostava de me excitar
com a negligência do cão!
como seria prazeiroso eliminar os restos
de uma fragrância de soro profano.
como seria inteligente o cru discernimento
da enfermidade impressa.
como seria delirante negar
que isso não vai acontecer tão depressa..

anseio pelo ácido que me lave o mal da alma.

as coisas

as coisas
em geral,
das pessoas
do mundo
complicado
em geral.
não em específico,
não em particular,
em geral.
as pessoas
das coisas
do mundo complicado
em geral.
as coisas
das pessoas
em geral
complicadas.