os pulsos
doem-me seriamente os pulsos. mas não me parece que seja capaz de os cortar. não me parece que seja seriamente capaz de me privar deles. enfatizo esta dor para que outras sejam suprimidas. porque caso assim não se verifique, o massacre será ávido e constante.
prefiro tocar-lhe levemente a ignorá-lo em irreversível ironia. é do amor que falo. conversa nula, monólogo infrutífero. em mais uma das fases que me caracteriza aticamente, matei o amor. sinto-o presentemente morto e irressuscitável. perdão. sim, dói-me mais esta constactação do que os pulsos e o pulsar que neles se opera. mas ainda assim susceptível à alternância. o coração, esse, não resite à operação. músculo parado encerra sentimento morto, digo eu. lamento, mas neste momento não lhe posso valer. e a dor perpétua-se.
a ambiguidade segue-se. saturada, mas esperançosa de vontade. eu conheço o meu impulso para a amar. conheço também o que gostaria de oferecer a alguém. não será certamente viável nos tempos que correm.. assim como nos pulsos e no que os constituem (vénulas, arteríolas, tendões e outros mais segmentos, cordas!) , não calculo no coração, qual a cavidade morfológica mais inanimada. necessito de alguém, que de sangue limpo, me faça uma transfusão de energia cinética. a dose suficiente para contrariar a inércia instalada, incrustada.
a morte do meu amor está em si mesma. é uma profunda realidade já adquirida pela minha razão e entendimento e seriamente repudiada pela minha sensação. ela, mais realista do que o meu mecanicismo, fala-me de uma fuga descarada e desprovida de qualquer sentido. como se não contente, essa mesma sensação ataca-me com determinada periodicidade atirando-me à cara o facto de ter criado uma estratégia encantadora e alienada. diz que me refugio para que as minhas capacidades de analgesia sejam só respeitantes ao sofrimento físico.. opinião perfeitamente respeitável. mas não menos confusa.
tenho dormido com alguma facilidade sobre a almofada que me deito. muito embora não me livre de acordar num leito desorganizado, caótico mesmo.
os pulsos continuam a latejar. e com eles outros refúgios palpáveis, para que não interiorize a ideia de providenciar um funeral digno e assumido para a morte da parte de mim que ama.
prefiro tocar-lhe levemente a ignorá-lo em irreversível ironia. é do amor que falo. conversa nula, monólogo infrutífero. em mais uma das fases que me caracteriza aticamente, matei o amor. sinto-o presentemente morto e irressuscitável. perdão. sim, dói-me mais esta constactação do que os pulsos e o pulsar que neles se opera. mas ainda assim susceptível à alternância. o coração, esse, não resite à operação. músculo parado encerra sentimento morto, digo eu. lamento, mas neste momento não lhe posso valer. e a dor perpétua-se.
a ambiguidade segue-se. saturada, mas esperançosa de vontade. eu conheço o meu impulso para a amar. conheço também o que gostaria de oferecer a alguém. não será certamente viável nos tempos que correm.. assim como nos pulsos e no que os constituem (vénulas, arteríolas, tendões e outros mais segmentos, cordas!) , não calculo no coração, qual a cavidade morfológica mais inanimada. necessito de alguém, que de sangue limpo, me faça uma transfusão de energia cinética. a dose suficiente para contrariar a inércia instalada, incrustada.
a morte do meu amor está em si mesma. é uma profunda realidade já adquirida pela minha razão e entendimento e seriamente repudiada pela minha sensação. ela, mais realista do que o meu mecanicismo, fala-me de uma fuga descarada e desprovida de qualquer sentido. como se não contente, essa mesma sensação ataca-me com determinada periodicidade atirando-me à cara o facto de ter criado uma estratégia encantadora e alienada. diz que me refugio para que as minhas capacidades de analgesia sejam só respeitantes ao sofrimento físico.. opinião perfeitamente respeitável. mas não menos confusa.
tenho dormido com alguma facilidade sobre a almofada que me deito. muito embora não me livre de acordar num leito desorganizado, caótico mesmo.
os pulsos continuam a latejar. e com eles outros refúgios palpáveis, para que não interiorize a ideia de providenciar um funeral digno e assumido para a morte da parte de mim que ama.
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