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Location: portalegre/covilhã, alentejo/beira interior, Portugal

um pouco disto, um pouco daquilo..acolá.

Monday, November 28, 2005

escolho dias

escolho dias para me concentrar.
incompetentes, irresponsáveis,
esses dias são grandes ironias,
motivos de distanciamento.
relembram-se questões de cultura
o amor, a bondade e a beleza.
a imaginação, a luminosidade,
a simetria e as formas arquetípicas.
o romantismo como doença.
escolho os dias para me concentrar.
modernidade estática e industrial,
o conceito e a nova vivência da arte
uma doçura de concentração.
exagero esquemático, conversa de café,
conferências de casino.
inovação a cada momento
de uma estética imperfeita
entendê-lo não como opositor,
mas sim como ente que gera arte.
sejamos diferentes
sejamos inauguradores da nossa vontade.
eu sou um pequeno
que escolhi os dias para me concentrar.
a percepção é completamente necessária
nitidez é precisa, mas nem tanto.
os movimentos insurgem-se,
válidos ou não.
o mundo e a arte
adulteremos o nosso olhar
à medida do positivismo.
ele diz-me que durma
sobre o âmbito científico.
e eu continuo a escolhê-los.
medicina, fisiologia, método experimental.
ócio e vício pouco são
queiramos alguma tristeza
para a nossa concentração.
porque não um romance fútil?
algo que nos dê alguém em quem pensar.
alguém como algo.
um sinal que substitua um sentimento,
uma distracção.
surge a sociologia.
as relações humanas também são passíveis de estudo.
existe uma procura inexplicável, inevitável.
conheces a minha vida?
a informação histórica alterar-se-á.
funciona como perspectiva.
custa-vos?
a mim sim!
a mim dói-me particularmente.
sim, uma reflexão.
falarei da unidade
falarei do conhecimento do mundo.
e da importância de encarar as coisas
de um modo científico.
paralelamente existe um combate metafísico
no contexto histórico-social.
algumas ideias básicas
tal como o psiquismo do indivíduo,
os estados são
teológico, metafísico, científico.
assim como para a mentalidade da literatura.
o porquê, o como, o processo de agir.
contextos, como eu gosto de contextos.
perfeitamente desenquadrados da minha vida,
mas assim mesmo contextos.
puros contextos de arte!
é algo muito diferente,
como se fosse uma criança.
e é também assim que eu devo tratar
a minha ideia, a minha literatura,
a minha clivagem.
possuo argumentos
possuo relatos,
não reais mas cópias.
mas referem algo na mesma.
a arte é o resultado do mundo em que habita.
está profundamente incrustada.
a sociedade vive de idealismos profundos.
e eu hoje escolhi o dia para me concentrar na desconcentração.
ainda não me arrependi
daquilo que fiz há uma hora atrás.
com vontade falo de um herói romântico, utópico.
a criação do altruísta deve estar ligada
a todas as questões sociais.
ao calor, ao sufoco indolente.
que mágoa..
mas quem é ela?
o desejado passa a odiado impereterivelmente.
não existe educação que resista
às queimaduras de uma tal tacanhez.
a arte falseia a sua missão:
denunciar, demosntrar
em tese, em esquema ritmado.
custa um pouco..

2 Comments:

Blogger Guilherme Castanheira said...

Tenho a solução ideal para ti!

Vem para Filosofia!

Prometo que encontras todos esses caminhos, que tanto anseias.

Abraços academicos :)

4:37 PM  
Blogger meniche said...

lol! estou bem em cinema, obrigado!
para além do mais, duvido seriamente que essa promessa seja plausível. :)

4:09 AM  

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